terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Projeto de TCC vira reportagem de "Jornalismo em Espanhol"

A viagem de ônibus entre as cidades de São Paulo e Lima, no Peru, já foi objeto de, pelo menos, uma dezena de reportagens em diversos veículos de comunicação. Meu interesse, para abordá-lo no TCC, veio exatamente de uma delas, publicada em 2011 no jornal O Estado de S.Paulo. Entre tantas, mais uma foi realizada, desta vez a partir da minha experiência de viagem. A reportagem feita pelas estudantes de Jornalismo do Mackenzie, Ana Paula P. Pappa e Maya Renaux Hilsdorf foi escrita escrita em língua espanhola para a matéria de Jornalismo Internacional da universidade. Abaixo, o resultado deste trabalho:


El más largo viaje de autobús del mundo es latino americano

Foto: André Henrique

Por: Ana Paula Pereira Pappa e Maya Renaux Hilsdorf

Con cuatro días de viaje y más de 5 mil kilómetros, los más aventureros pueden seguir de São Paulo a Lima a bordo de un autobús, pasando por la histórica región de Machu Picchu. La responsable por el viaje es Ormeño, empresa peruana que sigue en el mercado con más de 40 años de actuación. El viaje atrae familias que no tienen dinero para pagar un tiquete de avión, así como curiosos e aventureros que desean conocer el Peru de una manera alternativa.

André Henrique, estudiante de periodismo en São Paulo, ha embarcado en el viaje de 4 días con destino a Lima para realizar un documentario. Antes de viajar, André tuve que ser vacunado contra la fiebre amarilla y cuenta como fue cruzar el país hasta el Peru. “Casi 24 horas para atravesar la Cordillera de los Andes fue mucho complicado. Mucho dolor de cabeza y algunos periodos de hambre, ya que las opciones de paradas son pocas”, afirma.

Pero ni todo el camino fue difícil. Los paisajes durante todo el viaje y la oportunidad de conocer nuevas personas son un punto positivo. Para el estudiante, el más impresionante fue una región cerca de la ciudad de Puerto Maldonado, donde se pudiera ver muchas construcciones sobre palafitos. “La falta de estructura para los comerciantes fue algo muy impresionante, porque, en la visión de ellos, todo era natural, normal”, explica. El autobús parte de la Rodoviaria del Tietê todos los miércoles y cuesta 550 reales.


Assista à previa do documentário feito como Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo para a Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom)
Do Atlântico ao Pacífico: a viagem de ônibus entre as cidades de São Paulo e Lima é um documentário que conta a história da viagem de cinco dias realizada a partir do Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo. Apresenta as dificuldades e encantos ao percorrer quase 6.000 quilômetros a capital paulista e peruana, além das histórias de vida e impressões dos usuários do serviço.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

A guerra ao tabagismo e a nova Lei Antifumo



Quando cursava Design Gráfico, na ETEC de Carapicuíba, assisti a um filme sobre publicidade chamado "Obrigado por fumar" (Thank You for Smoking, 2006). Apesar de ser ficção, retrata o começo da guerra entre o governo norte-americano e a indústria tabagista quanto à prejudicialidade do cigarro e a necessidade de se aplicar avisos nos maços, ainda na década de 60.

Um dos primeiros episódios da série Mad Men (se não o primeiro), que retrata o ambiente de uma agência de publicidade na década de 60, também mostra essa discussão, quando o personagem principal, Don Drapper, precisa desenvolver uma campanha publicitária que suprima as ações anti-tabagistas do Estado.

A indústria tabagista é tão forte (nos círculos econômico e político) que, mesmo com tanto debate e conclusões sobre os males de seu produto, ainda exite um número alto de consumidores. De acordo com o estudo Vigitel 2013 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico) do Ministério da Saúde, 11,3% da população brasileira é fumante. Ainda segundo o Ministério da Saúde, 200 mil pessoas morrem anualmente em função do tabagismo.

O governo brasileiro, assim como diversos países, tem adotado medidas para diminuir o consumo de cigarros, como a alta taxação do produto (no Brasil os tributos representam 65% do valor) e a aplicação de sobrepreço (desde 2012 o governo determinou o valor mínimo de R$ 3,00 para venda de maços com 20 unidades, com aumento de R$ 0,50 ao ano, até chegar aos R$ 4,50 em 2015). Agora, um novo passo na guerra contra o tabaco.

Inspirada na Lei Antifumo paulista, implantada em 2009, a partir de 03 de dezembro de 2014 (quinta-feira) entra em vigor a Lei Antifumo Nacional, que proíbe o consumo de cigarros em ambientes fechados total ou parcialmente de uso comum em todo território nacional. A partir de amanhã, será possível fumar apenas em casa ou na rua. Isso já acontecia em estados como São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, por causa de leis estaduais, mas agora passa a valer em todo o pais. A lei é de 2011, mas faltava regulamentação.

Estes mecanismos são reconhecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde) como referência no controle do tabagismo, mas a indústria não fica para trás e adota medidas para suprimir as dificuldades impostas pelo governo federal.  Neste link, uma reportagem muito interessante (pra variar, da BBC Brasil) sobre as estratégias das marcas para atingir seu públicos a partir do design de embalagens e o que os governos de alguns países estão fazendo para anular tais ações.

Pra quem se interessa por marketing e design vale a pena!

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

TCC em Jornalismo: documentário sobre a viagem de ônibus entre São Paulo e Lima

Do Atlântico ao Pacífico: a viagem de ônibus entre as cidades de São Paulo e Lima conta a história da viagem de cinco dias realizada a partir do Terminal Rodoviário do Tietê, em São Paulo, pela empresa Expresso Internacional Ormeño. Apresenta as dificuldades e encantos ao percorrer quase 6.000 quilômetros a capital paulista e peruana, além das histórias de vida e impressões dos usuários do serviço.
Do Atlântico ao Pacífico é um documentário produzido, escrito e dirigido pelo jornalista André Henrique como Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo para a Faculdade Paulus de Tecnologia e Comunicação (Fapcom).

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

A repentina carta de demissão de Marta Suplicy

O pedido de demissão da senadora Marta Suplicy do Ministério da Cultura levanta questões que vão além de sua própria saída do Executivo Nacional. Adota características peculiares à personalidade da ex-prefeita de São Paulo e à sua condição dentro do cenário político atual. Durante seus dois anos à frente da Cultura, teve liberdade para implantar políticas de inclusão por meio de projetos de sua pasta, garantindo notoriedade com a criação do Vale-Cultura. Deve-se, no entanto, rememorar as condições que a levaram à Explanada dos Ministérios.

No início de 2012, Marta Suplicy considerava-se candidata natural do Partido dos Trabalhadores à disputa pela Prefeitura de São Paulo. Já havia ocupado o cargo entre 2001 e 2004 e acabara de assumir uma vaga na Câmara Alta do Congresso Nacional, sendo a senadora mais votada no Estado em 2010 (o senador Aloísio Nunes, PSDB, ficou com o segundo lugar no escrutínio, superando Netinho de Paula, PC do B, que aparecia na frente nas pesquisas até a eleição). No entanto, viu seus anseios sucumbirem quanto Lula indicou seu ex-Ministro da Educação, Fernando Haddad, à intentada contra José Serra e Celso Russomano. Como uma forma acalmar os ânimos da petista, Lula orientou a Dilma que indicá-se-a como titular da pasta da Cultura, em substituição a Ana de Hollanda que fazia uma administração apagada, em relação ao grande público, porém catastrófica, junto ao meio artístico.

O afago do PT a Marta não eximiu sua vontade de voltar a ser chefe do Executivo, lançando-se, dentro do partido, como possível candidata ao Governo de SP. Novamente, Lula indicou um de seus pupilos, Alexandre Padilha, ex-Ministro da Saúde, frustrando novamente a ex-prefeita que rebelou-se. Não atuou durante a campanha no Estado e escondeu-se da propaganda de Dilma à reeleição. Foi, ainda, uma das defensoras do "Volta Lula" em 2014 e chegou a discutir com Ruy Falcão, presidente de seu partido, por dar mais espaço a Antônio Carlos Rodrigues, do PR, seu suplente no Senado, que a ela em um comício na zona sul de SP, reduto eleitoral de Rodrigues.

É preciso lembrar que Marta, assim como a atual presidente da República são mulheres de gênio forte, centralizadoras e turronas. Quando prefeita da capital paulista, Marta Suplicy não teve reticências ao adotar medidas impopulares, como a implantação da taxa do lixo e da iluminação pública. Ainda, criou um grande embate com empresas de transporte ao decidir regularizar os serviços de vans, então clandestinas. A classe média, junto aos empresários, entrou em polvorosa. Nem a criação do Bilhete Único, benefício aos usuários do transporte público foi capaz de alçá-la à reeleição.

Hoje, Marta Suplicy deixa o Ministério para assumir sua cadeira no Senado Federal e disputar, em especial com Serra, o espaço de principal senadora do Estado de SP. Enxerga, com essa atitude, a possibilidade de obter capital eleitoral à disputa do Executivo municipal em 2016 ou ao governo estadual em 2018. Afinal, não é só "a Economia, estupido"*, conforme saltou-se aos olhos sua recomendação à Dilma de criar um equipe econômica "independente, experiente e comprovada, que resgate a confiança e credibilidade", relatada em sua carta de demissão.

* "É a economia, estupido!" foi uma frase criada por James Carville, assessor de campanha de Bill Clinton à presidência dos Estados Unidos em 1992. Tornou-se slogan da campanha de Clinton contra a política econômica de George Bush (o pai) que levara os E.U.A. à recessão no início da década de 90.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014

Reajuste da Gasolina: por quê?

Tenho visto uma imagem circulando hoje, pelo Facebook, dizendo que o preço da gasolina vai subir para R$ 4,20 em 1º de dezembro. Bem, sinto informá-los mas a situação é pior do que pensam aqueles que querem denegrir a imagem do Governo a qualquer custo: a data do reajuste é sexta-feira, 07 de novembro. Quem disseminou essa imagem, está cometendo um grande erro, pois essa data é mais breve do que estão anunciando.

Há outro fator que vai desapontar ainda mais esses críticos, rebeldes sem causa, endossadores do Regime Militar: o aumento não é de quase 50%, como apresentam em seu cartaz eletrônico. O reajuste no valor do combustível é de 3%. Algo em torno de R$ 0,09* (nove centavos) no valor do litro da gasolina. Como disse, a situação é bem pior para essa turma, já que, como o reajuste não será no valor desejado, as ações dessa galerè em empresas petroquímicas também não subirá tanto assim, não é?!

Agora, caros amiguinhos, vou contar uma historinha para vocês. O governo brasileiro subsidia cada litro do seu combustível. Sim, seu combustível, aqui no Brasil, é mais barato do que deveria ser. Caso fosse regulado apenas pelo mercado, como desejam nossos nobres liberais-intervencionistas-militares-lobanistas-olavocarvalhistas o litro da gasolina hoje estaria, em média, cerca de R$ 3,50 (talvez por isso os R$ 4,20 futuros).

É, gente, o Governo da dona Dilma gasta uma puta grana pra conseguir deixar a gasolina mais barata do que seu preço real nos mercados estrangeiros. Essa diferença do valor real e o que pagamos na rua, no entanto, precisa ser paga e, para isso, o governo investe seu dinheirinho. Tanto no Jaguar do magnata, quanto no Fusca do tiozinho, sem preconceitos. A esse pagamento, e outros, chamamos Dívida Pública. Quanto mais essa dívida aumenta, menos o MERCADO confia que o governo conseguirá pagar, portanto diminui o investimento no país, o que freia o crescimento e a produção, que consequentemente gera inflação e desemprego.

Para evitar tais danos à economia nacional, caros, o governo utiliza-se de mecanismos para diminuir sua dívida. Um deles é o reajuste de tarifas que faz com que o subsidio estatal seja menor, reduzindo, portanto, o gasto público. É importante ressaltar que o reajuste já era esperado e todo mundo sabia que haveria. Foi deixado para depois das eleições por questões óbvias, fosse o governo (democrático) de quem fosse, sem distinção de partidos.

É preciso perceber, no entanto, que o reajuste de 07 de novembro é de 3%, como anunciado. Está 1,5% abaixo da meta da inflação. Ou seja, menor do que é esperado para os aumentos de preços de produtos e serviços nacionais.O que estão fazendo por aí, disseminando tais informações, é puro revanchismo. Choro, no popular. Tudo para tentar deslegitimar a reeleição da atual presidente do país e suas políticas públicas, mais voltadas àqueles que possuem menos recursos. Uma grande perda de tempo; para o país e para aqueles que insistem nesse melindre infantil.

* baseado no valor praticado no posto de gasolina próximo à minha casa, na cidade de Cotia, que era de R$ 2,89 na última semana)

terça-feira, 8 de julho de 2014

#poesias - 01

O dia passa e não vemos
Contra o relógio, tudo fazemos
Não há tempo para o que queremos
Na rotina da vida, prazeres perdemos

Privamo-nos de aventuras
Por parecer pessoas maduras
Presos nessa amargura
Sair da rotina parece loucura

Cantamos e dançamos contentes
Ora, esse é o nosso presente
Quem pode vivê-lo, se não a gente?
Às vezes sábio, mas também inconsequente

(ANDRIUS)


segunda-feira, 7 de julho de 2014

9 de Julho - O feriado do orgulho paulista

Ficheiro:Cartaz Revolucionário.jpg


Na próxima quarta-feira, 9 de julho, será comemorado mais um feriado no estado de São Paulo. Como já é praxe, os mais variados telejornais, jornais impressos e sites de notícias publicarão ao menos uma reportagem em que o repórter sai às ruas em busca de populares e realiza a famigerada pergunta: "Você sabe o motivo desse feriado?"

Em meio à Copa do Mundo, pode-se pensar que a folga deve-se à realização do jogo Holanda x Argentina, que acontecerá no estádio Arena Corinthians, pelas semi-finais do mundial. Além disso, na Argentina também será feriado. Logo, essa teoria se confirma, certo? Não. A data é lembrada no país vizinho em função da conquista de sua independência, proclamada em 9 de julho de 1816.

Aqui, no estado de São Paulo, o dia de descanso exite por outro motivo: a Revolução Constitucionalista de 1932. Ora, mas que cazzo é essa tal Revolução? Em suma, é uma Guerra que os paulistas travaram contra o Governo Provisório (ditadura) de Getúlio Vargas onde o povo da Terra do Café levou um coro das tropas federais. Isso. Os paulistas perderam a guerra e se renderam em outubro de 32 - "Ai, caramba. Por que, então, comemorar uma guerra perdida, velho?", perguntarão os mais incrédulos.

Acontece, pobre gafanhoto, que o paulista (e, ai, inclui-se este que vos escreve) é um ser arrogante, orgulhoso e prepotente. O paulista não sabe levar na esportiva. Principalmente naquela época. Desse modo, acredita que, mesmo perdendo feio, conseguiu alcançar o objetivo de sua revolução dois anos depois, em 1934, quando, enfim, foi promulgada uma nova Constituição Federal.

Bem, esse era o motivo da Revolução: uma chamada para tirar Getúlio do poder e convocar uma nova Constituinte. Como ela aconteceu (a nova Constituinte. Getúlio continuou no poder), por que não creditá-la a nós; à luta dos paulistas? Foi o que o ex-governador Mario Covas resolveu fazer. No ano de 1997, decretou o feriado de 9 de julho, Dia da Revolução Constitucionalista. Dia que os paulistas levantaram-se em armas contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas.

Legal; bonito; bacana. Essa é, na verdade, a última luta civil armada deflagrada no Brasil (sem considerar a luta contra a Ditadura Militar dos anos 60/70, já que esta era clandestina). Não podemos nos esquecer, no entanto, que durante o levante, muitos morreram e, de fato, não houve conquista paulista.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

As consequências do jornalismo de escritório


Hoje, por volta das três da tarde, escutei uma freada, seguida de batida, vindo da rua. Fui até a janela do meu quarto e, após uma nova freada, vi dois guardas municipais desceram da viatura e efetuaram uma série de disparos de arma de fogo. Não consegui contar, mas acho que foram cerca de 15. Isso em frente à minha casa. Após o fim dos disparos, dirigi-me até a garagem e, de lá, acompanhei a sequência dos fatos.

Em menos de dois minutos, mais três viaturas da Guarda Civil Municipal de Cotia já haviam chegado ao local. Os guardas se embrenharam no matagal em busca dos suspeitos enquanto mais viaturas aglomeravam a rua onde moro. Após algumas indas e vindas dos guardas, chegadas e saídas de viaturas, escutei o agente responsável pelo início da perseguição dizer que os suspeitos (ele não usou esse termo) haviam tentado assaltar o açougue, apontando para a direção do novo comercio do bairro, localizado a menos de 200 metros do acidente. Disse ainda que, na esperança de conseguir despistar os GCMs, rodaram pelos quarteirões próximos até entrar na minha rua, se perderem na curva e bater.

Cerca de 40 minutos após o começo dos acontecimentos, os rádios das viaturas anunciavam que, naquele momento, estava ocorrendo um assalto à loja Casas Bahia. Três, das 8 viaturas que se encontravam no local da primeira ocorrência, dirigiram-se ao centro de Cotia. Vi, ainda, mais duas descendo a Rua Jorge Caixe em disparada, provavelmente para atender ao novo chamado.

Mesmo com uma distância de 40 minutos entre uma ocorrência e outra, o site Cotia & Cia estampou o título de sua matéria como se os dois fatos fossem um só. Baseados em informações vindas por meio de um grupo no aplicativo Whatsapp, não só cometeram uma barriga, como, também, alimentam a crença de que jornalismo pode ser feito de dentro do escritório.

É cada vez mais comum essa realidade dentro das redações. Notícias baseadas apenas em releases, notas oficiais ou emails. Não se busca mais a entrevista. Não há interesse por estar no local dos fatos. É mais fácil acreditar na primeira versão. Apurar uma informação dá muito trabalho. Melhor mesmo é publicar; publicar; publicar...

Não conheço os editores do site Cotia & Cia, no entanto, pergunto-me onde estão os fundamentos do jornalismo, aprendido e destrinchado durante os quatro anos da faculdade. Quando escolhi cursar jornalismo, eu queria mudar o mundo. Hoje entendo que esse não é mais meu objetivo. Meu propósito, neste momento, é apenas fazer um jornalismo bem feito; fazer, da melhor maneira, aquilo que escolhi como profissão.

Abaixo, a integra da publicação do site Cotia & Cia:




Bandidos roubam loja “Casas Bahia” em Cotia e batem carro em fuga


Roubo casas bahiaUm assalto aconteceu na tarde desta quinta feira (3), na loja Casas Bahia no centro de Cotia, Guardas municipais foram avisados do ocorrido e se depararam um veiculo Renault Sandero em atitude suspeita e com 3 pessoas em seu interior.
Ao tentarem abordar os indivíduos, foram recebidos por disparo de arma de fogo e empreenderam fuga  pela área central passando pela Prefeitura e Fórum logo a frente entraram pela Rua Benedito Isaac Pires onde na altura do número 96 perderam a direção do veiculo batendo em uma obra ficando suspenso sobre a rampa de acesso.
Os três ocupantes que estavam no interior desceram e fugiram em um matagal próximo, porém um dos indivíduos a Guarda conseguiu prender.
Primeiras informações dão conta que os bandidos levaram a arma do vigilante da loja e de que não houve feridos no assalto. A Ocorrência está em andamento e aguardamos maiores informações.
Informações: www.gcmcotiags.blogspot.com.br | Fotos: Whatsapp grupos GCC Cotia e Alerta Guarda Civil |Por: Souza Lima

quarta-feira, 2 de julho de 2014

SP: A cidade do Contra



São Paulo é, realmente, a cidade do Contrário. Enquanto, pelo mundo, é comum torcedores vararem a noite comemorando títulos de seus clubes, por mais inexpressivos que sejam, aqui é proibido tomar para si o uso do espaço público.

Primeiro foi a Avenida Paulista, tradicional palco de comemoração das torcidas paulistas. Depois de 2005, tornou-se proibido dirigir-se até lá para festejar entre comuns. Faz-se mais Arenas Anhembi, baladas fechadas e cercadinhos, onde possa ser possível manter os festeiros longe do povo, ou, o povo, longe de quem tem poder de festejar nesses ambientes fechados.

A ação policial deflagrada ontem, na Vila Madalena, apenas corrobora o despreparo das autoridades (para não dizer apenas da polícia) para lidar com pessoas. Nesse caso, estrangeiros. "Bem que o governo americano nos alertou sobre a violência da PM. O povo brasileiro é muito gentil, mas porque tratar a gente dessa forma. Só estamos festejando a Copa", foi o que disse um norte-americano à reportagem da Folha de SP.

Foi o Governo que trouxe a Copa, e seus turistas, para o Brasil. O nosso Governador, assim como o Prefeito de SP, moveu barcas para garantir a festa do futebol aqui na "paulistânia desvairada". Primeiramente, no distante Morumbi, posteriormente, na longínquo Itaquera. O lugar onde a bola ia rolar não importava. O importante mesmo era saber que a cidade receberia N mil turistas do mundo todo. Mas, para quê?

No mundo, assim como no Brasil, o gosto pelo futebol é universal. Foi-se o tempo em que o futebol era esporte para determinada cor e classe social (mesmo que, para frequentar o estádio, essa segregação esteja voltando). Usa-se o futebol na favela, no condomínio, no vídeo-game e no campo de barro. Consome-se futebol no boteco e no restaurante.

A "festa do futebol", que é a Copa do Mundo, é a maior garantia de que pode-se festejar com gente do mundo todo em função de um gosto comum. Vai além do estádio. Seria negligência pensar que pessoas do mundo todo viriam para cá para conhecer apenas o MASP, o Fasano e o A Figueira Rubayat. Em uma festa, o que se espera é conhecer pessoas.

O que está havendo na Vila Madalena não é culpa dos estrangeiros. Quem vem de fora, chega buscando opções de lazer na cidade. Se lá foi o lugar em que encontraram pessoas mais interessantes, uma festa mais animada ou liberdade para se divertir, a Administração Pública deveria acolhe-los nessa realidade e garantir a segurança para todos os que estão presentes, paulistanos ou turistas.

Agir com agressão à manifestação de alegria, mobilizada em forma de festa, em função de um denominador comum chamado futebol é, não só lamentável, como um desserviço que a cidade está praticando para a gentileza e cordialidade que a população vem tendo com os visitantes. Parece-me que, por falta de argumentos e inflexibilidade, tudo em São Paulo se resolve com tiro, bomba de gás e bala de borracha; sob a regência de nossa Polícia Militar.

sexta-feira, 20 de junho de 2014

O erro do Conti não foi confundir o sósia

Durante a Colação de Grau dos formandos de 2012 da Fapcom, a oradora da turma de Jornalismo, salvo engano, a colega Priscila Gatto, dirigiu-se ao púlpito e, de lá, discursou um belíssimo texto onde, entre outros pontos, discorria sobre a decisão de um indivíduo em se tornar Jornalista. Não me lembro as palavras, ou os termos utilizados, mas era algo como:

"Gostaria de fazer administração, para ser bem sucedido financeiramente, mas não sou boa com cálculos e planilhas. Decidi, então, ser médica, mas para poder fazer o bem e salvar as pessoas, mas a falta de habilidade com questões biológicas me impediu. Poderia também ser professora de educação física, devido a minha paixão por esportes, no entanto..."

E, assim, seguiu citando uma série de profissões, do mais alto escalão das profissões, e numerando motivos pelos quais não decidiu seguir por tais caminhos. Por fim, explica, então, o porquê decidiu tornar-se jornalista: o fato de poder trabalhar, viver e conhecer todas as áreas citadas anteriormente.

De fato, o jornalista é um profissional polivalente. Identifiquei-me muito com aquele discurso, exatamente, em função da diversidade editorial possível, a qual a colega jornalista citou. Arrisco-me analisar, discutir, citar, discordar sobre variados temas. No entanto, para tal, estudo os mais variados temas. Arriscar-se em mares onde não se conhece a maré é lançar-se ao naufrágio. Você pode até, com sorte, cruzá-lo, mas o risco é iminente.

O premiado jornalista Mario Sérgio Conti lançou-se no desconhecido mar do jornalismo esportivo. Arriscou falar sobre o que não conhecia e cometeu uma "barriga" que será lembrada por muito tempo. Se fosse em qualquer outro momento, passaria por um escorregão. "Ossos do ofício", diriam. Mas, em função de ter feito isso em plena Copa do Mundo, disputada em solo brasileiro, com a Seleção isolada em sua concentração, sua audácia lhe renderá a memória de tal absurdo. Ora, se vives em outro mundo, fale-me dele, por favor.

A sensação, neste caso, é que, de tão banal quanto parece, o futebol, o jornalismo esportivo e o bolo de fubá podem ser feitos por qualquer um. Não, meus caros. O jornalismo esportivo não é uma cobertura de segunda classe. Não é menos dificultoso que a cobertura política ou a econômica. Não é menos interessante que a cobertura cultural, ou menos complexo que o jornalismo científico.

Cada área do jornalismo possui suas dificuldades, suas barreiras e suas satisfações. É necessário estudo; comprometimento. Quando comecei a estudar jornalismo, a pergunta que mais ouvi era: "Vai ser jornalista esportivo?" Minha resposta sempre foi que não pretendia seguir por essa área. Justifica-se isso, não por demérito da editoria, mas pela minha paixão e parcialidade quando o assunto é o Corinthians. Essa resposta só é justificável pelo meu respeito aos profissionais do jornalismo esportivo. E é por isso que a "barriga" do Conti não pode ser tratada como um simples equivoco.

quinta-feira, 12 de junho de 2014

A Copa é dos Brasileiros


Sei lá, mas, para mim, o ambiente da Copa do Mundo é sensacional. Principalmente porque ela está sendo realizada no Brasil estou muito mais empolgado! Desde 2007, quiçá desde que nasci, estou aguardando a data de hoje. Não que seja em função de a Copa começar no ESTÁDIO do Corinthians (não me venham com porra de Arena). Por mim, poderia começar no Morumbi, no Vivaldão ou, ainda, em Anapolina. Não importa. Pra mim, a realização é ver a Taça do Mundo ser erguida aqui, em terra Brasileira. No país do Futebol!!!

Infelizmente, a Copa é organizada por uma instituição escusa: a Fifa. Mas, não menos escusa é a nossa CBF, responsável por organizar o Campeonato Brasileiro, ou a Conmebol; a organizadora da Libertadores. Pois é, os dirigentes dessas instituições não se importam com o futebol, mas, sim, em encher os cofres e manter-se no poder infinitamente. Diferentemente de mim, de você, de nós. Apaixonados pelo futebol.

Mesmo com esses ratos, que fazem o possível para destruir o futebol, tanto no Brasileirão (lembram-se do Fluminense, por exemplo), quanto
na nojenta Libertadores, ou no Mundial, a Copa do mundo é a Festa das Nações. Podem me dizer que a Copa no Brasil não será um evento para os brasileiro. Sinto informá-los, mas esse é um engano sem tamanho.

A Copa, seja ela disputada em qualquer lugar do mundo, é uma festa dos brasileiros. Lembro-me da conquista de 94. Uma festa surreal para um garoto prestes a comemorar seu quinto aniversário. O tema da festa do meu quinto ano: a conquista do Tetra!!! Para mim, um dos melhores aniversários que tive. Mamãe, Ana Roberta, fez questão de escrever o nome dos jogadores campeões, em letras de isopor, na parede para a decoração da festa. Sem contar no bolo e todos os itens que ainda figuram minha memória.

Ficamos tão mal acostumados, que disputamos mais duas finais consecutivas. Torcer para o Brasil parecia a coisa mais fácil do mundo. A cada Copa, cada vez mais vi ruas e ruas pintadas. Mais camisas da seleção. Mais pessoas contagiadas pelo patriotismo pela "Pátria de Chuteiras". Duvido que a experiência de cada um tenha sido despejada em um mar de lamentações. A realização da Copa aqui é uma recompensa à seleção que mais vezes levantou a Taça.

Hoje o Brasil entra em campo em um jogo que aguardei há muito. Eu não vou ao ESTÁDIO. Vou assistir o jogo em casa, no rua, no bar, no trânsito... Vou acompanhar a disputa pela Taça como sempre fiz, mas com um sentimento especial, por saber que, desta vez, a Copa do Mundo é aqui. Não acho, pelo menos por enquanto, que essa vai ser A Copa das Copas, como afirmou a presidente Dilma Rousseff. Para esse mundial ser o maior de todos, aliás, nossa Seleção precisa vencê-lo. Nesse caso, sim, teremos a Copa das Copas. Não pela organização ou infraestrutura, mas pelo que realmente importa em uma Copa do Mundo: a conquista da Taça.

RUMO AO HEXA, BRASIL!!!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Crônica: As dores de uma Unidade Básica de Saúde

Foto: site visaooeste.com

POR ANDRÉ HENRIQUE
O dia ensolarado não foi capaz de fazer o casaco e o gorro dispensáveis. Agasalhado, dirijo-me ao maior posto de saúde da cidade: a Unidade Básica de Saúde do Atalaia. Distante cerca de quarto quilômetros da minha casa, não demoro mais que meia hora para chegar utilizando transporte público. Um ônibus de linha metropolitana, já que essa é a melhor opção na cidade – a menos que você queira ser refém dos operadores do Transporte Alternativo Municipal, e sua morosidade, ou esperar, incansavelmente, a aparição de um ônibus municipal regular.
Há cinco dias estou com dores por todo o corpo. Dos tornozelos aos dedos da mão, o incomodo é oscilante. Chego ao posto de saúde por volta das duas da tarde. Estou perdido, em função das modificações realizadas no prédio desde a última vez que estive por lá. Procuro o display de senhas. Pego a de número 056. No painel, a marca de número 948 indica-me que são mais de cem pessoas à minha frente buscando atendimento para os mais variados sintomas.
À procura de um lugar para sentar, olho todo o saguão. Todos os cerca de 20 lugares estão ocupados. Em geral, senhoras e crianças ocupam os acentos. O clima bucólico é presente por todos os lados da grande recepção. Nas paredes, outros se recostam a fim de encontrar uma posição mais confortável para a longa espera até sua senha ser contemplada no painel. Com minha revista em baixo do braço, dirijo-me à sala de espera do Raio-X. Lá encontro um local para sentar.

A edição 91 da revista piauí, é a minha escolha para tapear o tempo na espera pelo atendimento. A leitura do ensaio de Otávio Frias Filho sobre Carlos Lacerda, jornalista, escritor e político brasileiro, é interrompida a cada berro do técnico em radiologia responsável por chamar os pacientes e entregar os exames. Em 20 minutos, oito pessoas entram na sala de radiografia, expondo a celeridade do tratamento aos pacientes de uma UBS. Na salinha de espera, assim como eu, outras pessoas recorreram ao espaço como abrigo para esperar a passagem pela triagem. Cansei. Permanecer muito tempo na mesma posição é cada vez mais difícil. Volto à recepção e o painel eletrônico havia adiantado pouco mais de 10 senhas.

Não comi nada desde a hora que acordei. Na UBS do Atalaia não há cantina ou lanchonete. Do outro lado da rua, dois bares e uma barraca disputam a preferência daqueles que, famintos, não tem outra opção para se alimentar. A aparência de taverna medieval dos dois primeiros estabelecimentos amedronta. Não me arrisco. A barraca de lanches e salgados, ao lado dos bares, também não passa credibilidade. Os salgados expostos na estufa geram certo temor à primeira vista. Avisto, mais à frente, outra barraca, do outro lado da rua, na calçada de uma escola municipal.

As esfihas, coxinhas e enrolados de frango e calabresa não tem melhor aspecto que o da barraca anterior. Como não há outra opção, decido ficar lá mesmo. Peço um enroladinho de calabresa que, prontamente, é jogado diretamente na bandeja do microondas. "Meu Deus, quantas coisas já não passaram nesse microondas? Quando será que essa bandeja foi lavada pela última vez? Ela não podia pegar um pratinho, algum suporte?" são perguntas que me faço enquanto peço uma lata de Coca-Cola. Sentado à mesa, termino de comer o enroladinho, e peço um pastel, "frito na hora", segundo o destaque pintado na parede da barraquinha. Depois de me alimentar, pago a conta e volto para o posto de saúde.

Antes de entrar na recepção, fico ainda uns 10 minutos do lado de fora. Continuo a leitura da piauí no estacionamento, sentado em uma espécie de calçada estreita à beira de um prédio novo, vazio. Ao irromper a sala da recepção novamente, avisto o painel eletrônico, percebo que ele já foi zerado e que cinco senhas novas já foram chamadas. Faltam apenas 41. Dirijo-me novamente à sala de espera do Raio-X. Neste momento já havia terminado o ensaio sobre Lacerda e estou imerso em uma peça de teatro escrita em 1968, inspirada no livro O Alienista, de Machado de Assis. As falas irreverentes de A Lata de Lixo da História, de Roberto Schwarz, me levam para um tempo remoto. Nem os gritos o técnico em radiologia, nem o painel eletrônico, conseguiram tirar minha atenção do texto dessa chanchada carregada de críticas ao governo ditatorial dos militares no Brasil.

É somente após terminar a leitura de toda a cena da peça que volto à recepção. Faltam apenas 17 números para a minha vez, no entanto, tenho que ficar em pé. Em cinco minutos surge um assento vago. Aproveito para me sentar. Ao meu lado uma senhora discorre para outra sobre os dramas de seu primeiro casamento. Percebo que a história já havia chamado a atenção de uma terceira senhora que, sentada na fileira da frente, mantém o corpo virado para trás e os olhos fixos na narradora: uma negra, cabelos curtos, blusa de lã alaranjada e óculos de armação grossa com lentes no estilo fundo garrafa.

Cabeleireira, ela conta seu ex-marido havia conseguido um barraco em uma favela da cidade. Um homem rude, que utilizava seu dinheiro apenas para sair e "encher a cara", enquanto ela tinha que ficar em casa. "Ele abria a geladeira e dizia: 'nossa, olha essa geladeira vazia. Eu tenho dinheiro, mas é para eu sair com as minhas negas! (sic)'", relata minha vizinha de espera. A senhora sentada ao lado, pontua sobre a falta de caráter de um sujeito assim. Ela continua dizendo que quando "entrou para a igreja" passou a receber uma cesta básica da instituição religiosa e, assim, o dinheiro que recebia no salão passou a sobrar. Aproveitou então para transformar o barraco em uma casa de alvenaria. Recebeu ajuda da família na mão de obra, mas seu ex-marido em nada ajudou.

Sabida de seu valor, entendeu que aquele homem não era a pessoa para continuar a ser seu companheiro. Relata que chegou a flagrá-lo consumindo crack no banheiro de casa. "Está incomodada? Vai embora. A casa é minha", dizia o fulano à mulher que, depois de pedir ajuda ao "Senhor", decidiu ir. Juntou suas coisas, seus móveis, e foi-se. No dia da mudança, seu ex ajudou-a carregar o caminhão; e sorria, feliz em ver-se livre para suas negas. Hoje, aos 50 anos, minha vizinha de espera está casada novamente e frequenta a igreja evangélica Paz e Amor. Acredita que, enfim, encontrou a felicidade. Minha senha é chamada. Para mim, a história chega ao fim.

Ao chegar ao guichê de atendimento, a recepcionista, em um ar afoito, solicita meus documentos. Passou-se duas horas que eu cheguei e só agora consigo dar entrada na UBS. Ela digita meus dados no computador, encontra meu cadastro no sistema de saúde, imprime um papel e pede para eu assinar. Pronto, já passei pela triagem, mesmo sem ter dito uma palavra. “Agora é só aguardar ser chamado”, ela me diz.

Enquanto ouvia a história da senhora, no saguão do posto de saúde, iniciei a leitura de um artigo de Göran Therborn sobre as lutas de classe, e as recentes manifestações pelo mundo. Um excelente artigo, aliás, que pode ser lido neste link. Continuo a lê-lo na sala de espera. Após meia hora, um grupo de dez pessoas tem seus nomes gritados por uma senhora mal encarada. Sou um dos chamados. Encaminho-me a uma ante-sala, que nada mais é que um corredor, para aguardar ser atendido. Mais dez minutos e meu nome é novamente gritado no corredor. Apresento-me e a senhora mal encarada diz: "pode entrar".

Não me lembro a última vez que havia ido a um posto do serviço público de saúde. Sempre que tinha algum mal estar, tomava um remédio por conta, ou simplesmente convivia com ele até que este, o mal estar, cansasse de me causar incomodo e fosse embora. Mesmo em dias que faltava ao trabalho, recusava-me a ir a uma UBS pois já conhecia a rotina desgastante desse lugar. Desta vez, rendi-me. Em função do grande tempo em que estou indisposto, e alertado quanto o surto de dengue que assola a região metropolitana, decidi arriscar-me nas mãos dos médicos do SUS.

Já eram quase três horas de espera e, enfim, eu ia falar com um médico. Na verdade, uma médica. Uma jovem, com aparência de ter menos de trinta anos. Muito bonita. Cabelos negros, lisos, pele clara e olhos castanhos protegidos por um óculos de armação fina, preta e discreta, transmitindo-a um ar de intelectual, de entendida do assunto. Cumprimento-a e em seguida respondo sua pergunta sobre qual os meus sintomas. "Doutora, estou há cinco dias com muitas dores no corpo. Dos pés às pontas dos dedos das mãos, tudo dói." digo. Ela pergunta sobre dores de cabeça, respondo que também tenho tido algumas vezes e que, durante esses dias, tomei alguns analgésicos, mas que as dores vão e voltam. Sou questionado sobre febre e digo que não.  Ela pede para eu abrir a boca dizer "A". Pronto.

Em três perguntas ela me receita uma injeção. Depois de três horas aguardando ser atendido, tive o prazer da atenção da médica por cerca de 30 segundos. Saio do consultório sem saber meu diagnóstico - se é que é possível ter um em uma consulta de 30 segundos -, coloco minha ficha em uma caixa de acrílico e sento em outra sala para esperar a aplicação da injeção.

Depois de mais 20 minutos, distraído pelo artigo na piauí, ouço meu nome ser gritado mais uma vez. Após horas sentado, aguardando para ser atendido, as dores no corpo haviam aumentado. Caminhei com certa dificuldade pelos cinco metros que me separavam da sala de medicação. Demorei tempo suficiente para ouvir a enfermeira berrar meu nome mais duas vezes. Ao me ver, a enfermeira sorri, não sei se por simpatia ou ironia. Pede que eu abaixe um pouquinho a borda de minha calça. Diz para eu relaxar e aplica o medicamento.

Não senti a aplicação, mas, antes que eu pudesse sorrir por passar ileso à agulha, o remédio começa correr pelo corpo e causar uma dor indescritível. Sinto como se minha perna direita estivesse paralisada. Mancando, pego minhas coisas e saio. De fato, ao receitar esta injeção, em nada importava meu diagnóstico. A dor que ela proporciona é capaz de suplantar qualquer outra, já que, não é possível sentir mais de uma dor no corpo ao mesmo tempo e a mais forte anula as outras. Desse modo, sai do posto de saúde e dirigi-me ao ponto de ônibus, já com o dia em crepúsculo, sem a dor generalizada pelo corpo, mas com uma dor única, mais forte, produzida pela minha petulância em procurar uma solução no serviço público de saúde.

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Para Sempre, Ayrton Senna do Brasil!


Nunca me esquecerei daquela quarta-feira ensolarada, porém, no coração de muitos brasileiros, nebulosa. Nunca me esquecerei das motos da polícia (que parecia dos filmes) à frente de um caminhão do Corpo de Bombeiros, percorrendo as ruas de São Paulo; essas abarrotadas de gente observando, estarrecidos, buscando uma espreita para ver se aquilo era realmente verdade, se aquilo havia mesmo acontecido. As imagens do "canal 5", que levavam às casas do Brasil inteiro a dor, a tristeza e o pesar nunca saíram da minha memória. Foi assim, sentado no chão da sala da casa da minha avó que acompanhei a despedida do corpo de Ayrton Senna da Silva, o Ayrton Senna do Brasil, como ouvia o "cara da TV" chamá-lo aos domingos de manhã. A cena de minha mãe colando folhas de jornal na janela da sala, amostras para a rua, com manchetes e títulos que relatavam a partida do piloto de Fórmula 1 é, sem dúvidas, a imagem mais marcante que tenho daquele dia do adeus, e sempre é a primeira que me vem à cabeça quando me lembro desse ídolo nacional.

No ano inicio dos anos 90 as coisas não eram como hoje. Não havia uma televisão em cada cômodo da casa. Na sala, as atenções da família se voltavam para aquela tela de tubo aos domingos de manhã. Não ouvíamos falar de Ferrari. A grande Scuderia não era o que nos atraia para a frente da TV. Era outro carro vermelho que chamava a atenção. Vermelho e branco; com um logo dos cigarros Marlboro que o tornava inigualável. Aquele capacete amarelo com uma listra verde e outra azul, daquilo me lembro bem. Como esquecer? A última volta, já com a corrida encerrada, pilotando com apenas uma das mãos; a outra levantada, com a bandeira do Brasil em punho, lembrando da sua terra tupiniquim no esporte dos milhões. Essa imagem eu consegui ver algumas vezes, em cores da TV, enquanto um som era emanado dos auto-falantes do aparelho. Um tan-tan-tan inesquecível, que chega a arrepiar cada vez que é tocado novamente nos últimos 20 anos.

Vocês podem achar estranho eu relatar isso se nasci em 1989. De certo, em 93, tinha apenas 3, 4 anos. Sim, era essa minha idade, mas as memórias são reais. Tão reais quanto o meu estranhamento em ver aquele capacete amarelo, verde e azul, em um carro diferente no ano de 1994. Aquele carro azul... Aquela Williams. Pelo que tinha acontecido em 94, a minha reação quando o piloto Jean-Jaques Villeneuve perdeu o campeonato em 1997 foi de alegria, mesmo tendo acontecido por um jogo sujo do Schumacher, com sua Benneton. Fiquei feliz porque ele perdeu com a Williams. Perdeu com aquele carro azul. Ah, como eu odiei aquele carro azul. "Devia ter ficado com o vermelho", eu disse dias após o acidente que levou o cara.

Em 1º de maio de 1994 eu não compreendi o que havia acontecido com a Williams de Senna. Aliás, por anos fiquei sem entender o porquê ele não tinha feito a curva; o porquê ele havia batido; e partido. Em 4 de maio de 1994, eu descobri o que é se emocionar; descobri o que é chorar sem ter levado uma chinelada de sua mãe por ter feito uma arte. Aquela quarta-feira não sairá de minha memória. Com os olhos crivados na TV, as imagens da TV Globo de uma Avenida Morumbi silenciosa e de um Cemitério Morumbi lotado de anônimos, de famosos, e daquele carrinho elétrico carregando o caixão com o corpo de Ayrton Senna, ficaram eternizadas em minha mente. Embora triste, com sorte, para mim, aquela foi a despedida apenas do corpo de Ayrton, pois da alma dele e do espirito vencedor do nosso campeão eu nunca me despedi.

Sempre, Ayrton Senna do Brasil!

domingo, 20 de abril de 2014

Quando o futebol deixou o povo

Não sei a quantas andam as finanças do Atlético Mineiro, nem o porquê o Galo não mandou o jogo no Independência. No entanto, esse preço absurdo cobrado pelo time mineiro pelo ingresso do jogo, 80 reais, é o reflexo do estádio vazio. Perdoem-me os otimistas e entusiastas, mas sou do tempo em que o preço do ingresso para um jogo de futebol não era mais caro do que uma entrada a um teatro, até mesmo, uma sessão de cinema. Por quê??? Porque o futebol, com o tempo, tornou-se um esporte popular; tornou-se a opção de lazer para todos; todas as classes, cores e credos. Querer transformar o futebol em uma atração para a elite é promover a concessão à TV. Isso significa que, para o povo, assistir o futebol, a cada dia mais, só sera possível pela TV.

Não sei se é mais interessante para o time mineiro ter 50.000 pagantes a 30 reais ou 15 mil a R$ 80,00. O que sei é que, com o futebol moderno, esse que a mídia idealiza, almeja e enaltece, o povo vai sair dos estádios de futebol. O povo; como povo heterogêneo, miscigenado, de várias classes, credos e cores.

Quem poderá frequentar um estádio/arena de futebol será a alta classe que está querendo tomar para si o esporte que, nos idos do século XX, a ela pertencia, e que, com o tempo, caiu nas graças - e no seio - do povo. Ah, sim, sabe quem frequentará, também, os espetáculos do futebol medíocre brasileiro? As torcidas organizadas. Esses bandidos, vândalos e marginais, como a mídia os trata, não cederão o osso. Não cederão porque, antes de terem para si todos os adjetivos que rodam em programas televisivos, das mais diferentes formas, os integrantes das organizadas são apaixonados. São seres que movem mundos e fundos para torcer, para ter um momento de distração do mundo real; melhor, para realizarem-se por meio de uma vitória do time do qual são fans. Não largarão o osso, pois, em muitas vezes, esse é maior momento de felicidade desses pobres seres; marginais. Porém, marginais em função de o futebol estar marginalizando-os. E está nos marginalizando também. Mantendo-nos longe dos estádios.

Referi-me ao valor de uma peça de teatro e de uma sessão de cinema no início deste texto pois é sabido que os preços praticados atualmente não permitem que grande parte da população consuma esse tipo de entretenimento. A solução para sanar esse déficit é a novela; a tela-quente, ou similares da TV brasileira. Para o futebol o caminho está sendo desenhado. A Brahma, a Skol, a Friboi e, principalmente, a televisão agradecem a compreensão dos brasileiros. Felicitem-se ao reunir amigos para fazer um churrasco e assistir o futebol. É isso o que eles desejam. É isso que nos sobrará!

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Beijinho no ombro pro recalque de plantão



A Academia é extremamente conservadora e sentiu-se ofendida por um professor defini-la como "grande pensadora contemporânea". Ora, vejamos o o que está por trás da questão:

Hoje há um grande debate nas diversas mídias sobre esse assunto. Debate esse que, segundo o professor responsável pela prova, foi iniciado ainda em sala de aula, onde foi discutida a atuação da imprensa e o papel dela na sociedade. Pergunto: isso não é assunto a ser tratado em um curso de Filosofia? Por que é necessário que a Filosofia seja tratada, ainda, como reprodução de pensamentos milenares? Por que não podemos pensar sobre nossa atualidade segundo as vozes de nosso cotidiano? Os porteiros, os médicos, os balconistas das padarias, os advogados, os cobradores, os engenheiros - ah, e sim, e as porteiras, as médicas, as balconistas das padarias, as advogadas, as cobradoras, as engenheiras -, etc. Todos somos seres pensantes, e, como tal, somos possuidores da capacidade de adquirirmos conhecimento segundo nosso dia-a-dia; segundo nossas experiências.

Talvez, na atualidade, as músicas que mais tratam e discutem a realidade da sociedade brasileira são o Rap e Funk. Esses dois estilos musicais, marginalizados anos atrás, hoje, cada vez mais, estão atingindo as mais diversas classes econômicas. São aliás, o retrato da MPB, que outrora era composta por artistas como Chico Buarque, Ivan Lins, Oswaldo Montenegro, etc. Sim a "Música Popular Brasileira" hoje é o Funk; é o Rap. É também o Forró, o Sertanejo, o Samba. (Os conservadores de plantão podem ficar com urticárias ao ler isso, mas essa é a Música Popular Brasileira, pelo menos na atualidade.)

Ainda que a proposta incutida na questão "segundo a grade pensadora contemporânea, Valesca Popozuda, se bater de frente:" seja provocar a mídia e discutir os conceitos de noticiabilidade da imprensa, levar à prova um trecho da música da funkeira não é nenhum absurdo se pensarmos na repercussão que o lançamento da música teve na própria mídia nacional.

A hipocrisia e o conservadorismo da sociedade foram estampados, nas diversas mídias, nesta semana, em função de uma questão de prova de filosofia de uma escola pública de uma cidade satélite de Brasilia. Parabéns ao professor que, de maneira sagaz, conseguiu muito mais audiência do que a que queria para a exposição de fotografias de seus alunos e ainda convidou o país a pensar a imprensa, a educação e a cultura nacional. No melhor estilo Valesca Popozuda, mandou um #BeijinhoNoOmbro pro recalque da sociedade brasileira.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Nosso tempo

Autor desconhecido


Se tem algo que me intriga é o tempo. Ou a passagem dele. Será mesmo que o tempo pode ser calculado em dias, horas, minutos. Isso é mesmo válido? O tempo é o mesmo para cada um de nós?

A passagem do tempo nada mais é do que as experiências que vivemos. Elas irão dizer quanto tempo temos, quanto já passamos. Se a vida é baseada em uma rotina única, diária e repetitiva, pode-se de dizer que esse indivíduo passou apenas um tempo. Uma única experiência que se repete dia após dia. Diferentemente, quando nos arriscamos a experimentar novas atividades e ampliar nossas experiências, o tempo vivido é imensamente maior. São muitos tempos dentro de um período.

A segurança da rotina nos impede de conhecer o novo. Impede o crescimento do ser humano, mantendo-o encarcerado dentro de si; dentro de sua realidade, enquanto há diversas outras realidades espalhadas logo ao lado. Permitir-se ao risco do novo significa ter a chance de enriquecer não apenas financeiramente, mas culturalmente, socialmente, espiritualmente e, principalmente, enriquecer o tempo. Existe uma frase que, até onde eu sei, é creditada a William Shakespeare e diz que "nossas dúvidas são tão traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar". Não sei você, caro leitor deste blog sem audiência, mas, para mim, está ai a síntese de nossas decisões.

Seguindo a linha do último post, deixo um poema que trata desse assunto. Esse poema, na verdade, é o que mais gosto entre todos que já li. Espero que gostem. Até a próxima.
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Remorso

Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!

 Olavo Bilac

terça-feira, 18 de março de 2014

Riscos

Hoje resolvi publicar um poema que escrevi há pouco tempo. Não defini ainda seu título, mas arrisco chamá-lo de Riscos.

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Riscos

O dia passa e não vemos
Contra o relógio, tudo fazemos
Não há tempo para o que queremos
Na rotina da vida, prazeres perdemos

Privamo-nos de aventuras
Por parecer pessoas maduras
Presos nessa amargura
Sair da rotina parece loucura

Cantamos e dançamos contentes
Ora, esse é o nosso presente!
Quem pode vivê-lo, se não a gente?
As vezes sábio, mas também inconsequente

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E ai? Gostou? Se sim, compartilha. Abraços e até mais.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Mais que cidadão, um agente social e seu papel

É 2014, ano de eleições no país. Ano da Copa do Mundo de futebol e, haja vista as mobilizações de 2013, ano de protestos e reivindicações populares. Mas, qual o papel  de cada um, nisso tudo o que está acontecendo? A resposta: depende de quem você é!

Depende de quem você é porque a maneira que você age cotidianamente determina quem você é perante a sociedade. Mais do que isso. Seu status social é determinante para definir quem você é. Para complicar mais um pouco, ouso dizer que você pode ser mais do que uma coisa e ter mais de um papel nas diversas atividades, políticas ou não, do cotidiano. Aliás, isso é o mais comum.

A princípio, é preciso dizer que todo cidadão é um agente social, seja na escola, na faculdade, no condomínio, na igreja, no boteco, ou na fila da padaria. O ser cidadão não diz respeito apenas a exercer o direito ao voto em um escrutínio de qualquer natureza.  O cidadão é cidadão porque vive em uma cidade, o que podemos entender também por viver em comunidade com outros, aquilo que chamamos de sociedade. Logo, aquele que vive na sociedade é um agente social, pois relaciona-se com seus pares dessa sociedade.

Se todos somos agentes sociais, então meu papel na sociedade é o mesmo de qualquer outro? Não. Há uma coisa chamada posição social, ou status social, que é o mesmo que um rótulo que você recebe por ser aquilo que você é. Por exemplo, dentro de uma casa, os pais possuem uma posição social de maior relevância que as crianças, portanto, aquilo que eles fazem ou dizem possui maior relevância que o mesmo feito pelos menores. Assim como dentro de uma casa, na cidade, os diversos agentes sociais possuem seus status.

Mas o que isso interfere nos eventos citados acima? Respondo com a frase que mais me marcou durante o curso de Ciência Política do professor doutor Clóvis de Barros Filho, da USP, que assisti pelo portal Veduca: "A posição social do interlocutor garante a legitimidade do seu discurso."

E o que isso quer dizer? Isso significa que eu não posso dizer que a engenharia do Empire State, em Nova Iorque, foi mal feita e que, portanto, em três meses esse prédio irá desabar. Na verdade, dizer eu até posso, mas como eu não sou um especialista em engenharia, minha posição social não me garante legitimidade para esse tipo de discurso, ou seja, ninguém vai dar credito ao que eu disser sobre o assunto. Agora, caso um especialista em Engenharia Civil determinar tal condição, teremos mais um colapso na Big Apple, pois seu discurso será levado em conta. A posição social de um engenheiro garante a ele legitimidade de discursar sobre uma falha em determinado projeto de engenharia. Eu como não sei nada de engenharia, seria tachado como louco. Simples assim.

Nesse sentido, ao dizer que seu papel nos eventos que acontecerão no país em 2014 depende de quem você é, quero dizer que a sua posição social irá determinar a relevância de suas ações sociais. Mas, como disse, o mais comum é que tenhamos mais de uma posição social. Isso, porque relacionamo-nos com mais de um grupo social, e em cada um deles temos uma posição. Na escola, você é aluno, e sua posição social é assim determinada. Na roda de amigos sua posição social é outra, no ambiente de trabalho; outra. E assim por diante. Em cada uma você exerce determinado tipo de influência e é influenciado de diversas maneiras.

Mas porque resolvi escrever sobre isso, neste momento? Exatamente em função da razão pela qual voltei a escrever neste blog: a oportunidade de ter meu trabalho apreciado por uma maior audiência. Como disse no último post, voltar a escrever neste blog significa tentar de novo, significa ampliar os horizontes e as oportunidades de novas experiências. Dessa forma, atingirei, também, uma nova posição social. Pelo menos entre meus leitores.

Até mais.

O Retorno

Decidi reativar este blog. Sim, reativá-lo em todos os sentidos. O design original voltou (ou quase todo), e a proposta também. Vou utilizar este espaço para falar daquilo que mais me interessa, ou seja, quase todos os assuntos cotidianos. Em especial: política, esportes, arte, cultura, literatura, internet, comunicação e lazer.

Decidi reativá-lo pois a experiência da vida nos mostra que, as vezes, é necessário dar um passo para trás e, assim,  poder ampliar nossa visão do futuro, nossos horizontes. Nesse sentido, voltar a escrever neste blog é, para mim, uma nova oportunidade. Todos nós estamos sujeitos a tomar decisões equivocadas e eu, humano que sou, não estou fora desse rol. Pelo contrário, arrisco muito, e erro em grande medida. Não me arrependo, pois sei que todas as minhas experiências resultam em aprendizado, e esse é o maior valor de tudo o que fazemos. Portanto, continuo aprendendo.

É isso, por enquanto. Continuem acompanhando as novas postagens. Se gostarem do que encontraram aqui, divulgue aos seus amigos e em páginas das redes sociais. Aproveitem para comentar e contribuir para o enriquecimento cultural de todos nós.