segunda-feira, 7 de julho de 2014

9 de Julho - O feriado do orgulho paulista

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Na próxima quarta-feira, 9 de julho, será comemorado mais um feriado no estado de São Paulo. Como já é praxe, os mais variados telejornais, jornais impressos e sites de notícias publicarão ao menos uma reportagem em que o repórter sai às ruas em busca de populares e realiza a famigerada pergunta: "Você sabe o motivo desse feriado?"

Em meio à Copa do Mundo, pode-se pensar que a folga deve-se à realização do jogo Holanda x Argentina, que acontecerá no estádio Arena Corinthians, pelas semi-finais do mundial. Além disso, na Argentina também será feriado. Logo, essa teoria se confirma, certo? Não. A data é lembrada no país vizinho em função da conquista de sua independência, proclamada em 9 de julho de 1816.

Aqui, no estado de São Paulo, o dia de descanso exite por outro motivo: a Revolução Constitucionalista de 1932. Ora, mas que cazzo é essa tal Revolução? Em suma, é uma Guerra que os paulistas travaram contra o Governo Provisório (ditadura) de Getúlio Vargas onde o povo da Terra do Café levou um coro das tropas federais. Isso. Os paulistas perderam a guerra e se renderam em outubro de 32 - "Ai, caramba. Por que, então, comemorar uma guerra perdida, velho?", perguntarão os mais incrédulos.

Acontece, pobre gafanhoto, que o paulista (e, ai, inclui-se este que vos escreve) é um ser arrogante, orgulhoso e prepotente. O paulista não sabe levar na esportiva. Principalmente naquela época. Desse modo, acredita que, mesmo perdendo feio, conseguiu alcançar o objetivo de sua revolução dois anos depois, em 1934, quando, enfim, foi promulgada uma nova Constituição Federal.

Bem, esse era o motivo da Revolução: uma chamada para tirar Getúlio do poder e convocar uma nova Constituinte. Como ela aconteceu (a nova Constituinte. Getúlio continuou no poder), por que não creditá-la a nós; à luta dos paulistas? Foi o que o ex-governador Mario Covas resolveu fazer. No ano de 1997, decretou o feriado de 9 de julho, Dia da Revolução Constitucionalista. Dia que os paulistas levantaram-se em armas contra o governo ditatorial de Getúlio Vargas.

Legal; bonito; bacana. Essa é, na verdade, a última luta civil armada deflagrada no Brasil (sem considerar a luta contra a Ditadura Militar dos anos 60/70, já que esta era clandestina). Não podemos nos esquecer, no entanto, que durante o levante, muitos morreram e, de fato, não houve conquista paulista.

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