quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Democracia Corinthiana, Felipe Melo e Gaviões da Fiel: a política no meio do futebol e o direito de se posicionar

Democracia Corinthiana - Sócrates Brasileiro com punhos cerrados


Quem nunca viu essa imagem? Sócrates, meio-campista corinthiano da década de 80, com punhos cerrados dentro do campo de futebol. Uma imagem emblemática que, até hoje, corre o mundo. A simbologia deste ato é clara. Deixo a pergunta: qual a diferença entre esse movimento e a fala de Felipe Melo em dedicar seu gol a um determinado candidato?
Fosse a dedicação à Marina Silva, ao Cabo Daciolo ou à sua filha ou filho teria causado estranheza? Por mais que se tenha N motivos para rechaçar a candidatura do homenageado pelo volante do Palmeiras, cercear o direito à manifestação política do jogador é o mesmo que condenar a atitude outrora aplaudida de Sócrates. Achar que o campo de jogo deve ser dissociado da vida civil é tão autoritário e, portanto, anti-democrático, quanto o próprio posicionamento da ditadura combatida por Sócrates e sua Democracia Corinthiana.
Ainda sobre a repercussão do candidato em questão no meio do futebol, o presidente da Gaviões da Fiel Torcida, Digão, emitiu nota pedindo que os associados da agremiação que defendem o político que deixem o quadro de sócios. Em sua fala, diz que os valores que construíram a história da organizada destoam completamente dos defendidos pelo postulante à presidência.
Onde Digão acerta? Em apontar para seus associados a postura institucional da agremiação. Ele não diz para fulano deixar de votar em A ou B, mas diz para o sócio da organizada que os Gaviões foram criados para combater um ditador dentro do clube e que muitos dos fundadores sofrem nas mãos das forças do Estado por combaterem a Ditadura Militar. Ditadura essa, defendida e exaltada pelo candidato. Percebam que essa não é a opinião do Digão, mas como presidente eleito em sufrágio universal (universo de sócios da Gaviões), representa a instituição.
Assim como uma entidade como o Greenpeace não quer caçadores de animais dentro da organização ou partidos de ideologias cristãs refutam a presença de defensores da descriminalização do aborto, por essas condutas não serem condizentes com a política institucional, Digão alerta que a defesa de uma política repressora e ditatorial não condiz com as diretrizes que formam a entidade que preside.
Aliás, é graças ao combate à repressão do Estado, ao combate à ditadura que Felipe Melo tem o direito de se manifestar em apoio a quaisquer candidatos, seja no campo de futebol, na padaria ou na internet. Por mais que o homenageado em questão, seja exatamente alguém que prega essa repressão. Ainda assim, tem-se que combatê-la e não corroborar tal atitude.

quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Análise: Alckmin, Huck e Ciro são os grandes nomes da pesquisa Datafolha



Nesta quarta-feira (31/01), o instituto Datafolha divulgou o resultado da pesquisa de intenção de votos para a corrida presidencial 2018. O levantamento apresenta alguns possíveis cenários para o pleito em outubro. Nomes que concorrem dentro do mesmo partido, outros que ainda não são filiados, mas cortejados por partidos para entrar na disputa, além dos dois personagens que polarizam o grande debate eleitoral até o momento: o ex-presidente Lula (PT) e o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC - está migrando para o PSL). O resultado, entretanto, mostra além da liderança. Nesse sentido, Geraldo Alckmin (PSDB), Luciano Huck (Sem Partido) e Ciro Gomes (PDT) surgem como os grandes nomes desta pesquisa.

Com a condenação de Lula, em segunda instância, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, muito dificilmente o nome do indicado pelo Partido dos Trabalhadores irá aparecer nas urnas. Felicidade de uns e revolta de outros, esse é o cenário a ser considerado para se observar. (Registre-se, entretanto, a liderança de Lula em todos os cenários em que seu nome é apresentado como concorrente, oscilando entre 34% e 38%.)

Nos cenários sem a figura de Lula, é Jair Bolsonaro quem lidera as intenções, oscilando entre 18% e 20% da preferência dos entrevistados. Apesar disso, tem grandes chances de ser engolido pelos intermediários. Bolsonaro é um militar da reserva e está em seu quinto mandato parlamentar. Conquistou grande parte de seu eleitorado com discurso conservador e de moralidade impecável. Assim tem se apresentado desde 2016, quando iniciou sua intensiva rumo à candidatura presidencial. Entretanto, com a chegada do ano eleitoral, passou a sofrer denúncias sobre o crescimento de seu patrimônio e de sua família e sobre a contratação de uma servidora fantasma que vende açaí em Angra dos Reis - RJ.

Como já se viu ao longo da história recente da política nacional, o desgaste político causado por tais denúncias podem alterar completamente as condições de cada candidato. Vale se lembrar da então governadora do Maranhão, Roseana Sarney, que, ao fim de 2001, chegou a estar tecnicamente empatada com Lula, mas viu sua candidatura minguar ao longo do ano seguinte após denúncias de corrupção na empresa de seu marido e, por fim, desistiu de sua pré-candidatura.

Mas tais ofensivas não tratam apenas de corrupção. As propostas também podem fazer com que o tiro saia pela culatra e a candidatura passe a sofrer ataques fulminantes. Marina Silva (Rede) é um bom exemplo disso. Surgiu apresentando-se com alguém de fora da "velha política", como gostava de dizer. Chegou a liderar as intenções de voto em 2014, mas durante a propaganda eleitoral, passou a sofrer ataques do PT e PSDB, acerca de seu programa de governo. Com estrutura eleitoral inferior para se defender, ficou pelo caminho ao conquistar 21% dos votos, patamar semelhante à sua primeira candidatura em 2010. Estagnou.

Esse é um fatos que também joga contra o ex-militar. Sua estagnação na comparação dos cenários com e sem a presença de Lula. No melhor quadro sem a presença do ex-presidente, Bolsonaro cresce apenas quatro pontos percentuais, segundo a pesquisa. O deputado é um fenômeno na internet e conseguiu capitalizar seu eleitorado exatamente nesta plataforma. No entanto, entra na disputa em um partido considerado nanico. Se manter sua promessa de não fazer alianças de cunho estritamente eleitoral, terá cerca de 10 segundos de televisão - assim como Marina Silva - para promover sua campanha para o grande público e defender-se dos ataques que surgirão. E é aí que surge a vantagem de Alckmin, Huck e Ciro.

Musculatura de Campanha

A pesquisa Datafolha apresenta, em um de seus cenários, sem a presença de Lula, Bolsonaro com 18%, Marina com 13%, Ciro com 10% e Huck e Alckmin com 8% das intenções de votos cada. É esse o que mais chama atenção. O apresentador de TV, Luciano Huck, não é candidato e já afirmou em artigo publicado no ano passado que não será. Ainda assim, continua sendo cortejado pelo PPS para disputar a presidência. Também voltou a falar sobre política abertamente no programa Domingão do Faustão, da TV Globo. Ao se ver com respaldo eleitoral nas pesquisas, pode ser seduzido pela possibilidade e aceitar o convite.

Huck, caso se candidate pelo PPS, não terá a maior estrutura estrutura eleitoral entre os postulantes, mas conta com a vitrine que a TV aberta lhe concede há cerca de 20 anos. Seu carisma e o assistencialismo verificado em seu programa nas tardes de sábado, na Globo, são capitalizadores do carinho da população. Segundo pesquisa realizada pelo barômetro político Estadão-Ipsos em novembro do ano passado, Huck é a personalidade com maior aprovação dentre os 23 nomes contidos na lista. Obteve 60% de reações positivas por parte dos entrevistados. Além disso, tem bom trânsito entre o empresariado e o mercado financeiro.

Não é de se duvidar que vai receber ataques de seus concorrentes e terá trabalho para saná-los. Mas os fatores positivos, além de ser alguém que vem de fora da política, tão desacreditada pelos escândalos de corrupção recentes, creditam a Huck a possibilidade de crescimento nas intenções de voto conforme realiza sua campanha.

Por outro lado, com a exclusão da figura de Lula na disputa eleitoral, o candidato do PDT, Ciro Gomes, que já apresenta vantagem sobre Huck e Alckmin, tende a conquistar para si, parte do eleitorado do petista. É exatamente essa a principal estratégia de Ciro para alçar voos maiores à sua candidatura. Conquistar setores progressistas moderados para colocar-se como antagonista principal à figura de Jair Bolsonaro e seu conservadorismo. O PDT tem sido aliado do PT nos últimos governos e conta agora com a retribuição do combalido partido de Lula para dar musculatura à campanha e capitalizar mais partidos para uma coligação que garanta bom tempo de TV a Ciro. Dessa forma, tem grande possibilidade de chegar ao período oficial da propaganda eleitoral com números superiores ao atual e se tornar um dos principais candidatos e superar o quarto lugar conquistado nas eleições presidenciais de 2002.

Entretanto, o nome que mais deve se desenvolver ao longo do ano, principalmente durante a campanha eleitoral, é o de Geraldo Alckmin. O atual presidente do PSDB é o candidato certo do partido, ainda que João Doria rivalize com seu mentor, veladamente, o nome na urna eleitoral pela legenda. Alckmin traz consigo não só o capital político conquistado ao longo de três mandatos e meio à frente do governo de São Paulo, mas também toda a estrutura de seu partido. Muito provavelmente, terá, ainda, o apoio do PMDB, que deve aos tucanos o apoio prestado nos últimos dois anos, desde que Michel Temer obteve o poder.

É com a força de dois dos três maiores partidos do país que o governador de São Paulo virá para o pleito. Sem dúvidas será o candidato com maior tempo de TV, graças às coligações que está articulando. Além disso, caso consiga levar para si o partido de Temer, terá todo o peso da máquina pública federal a seu favor. Ainda que hoje figure na rabeta dos principais nomes da disputa, crescerá substancialmente conforme a campanha se avizinha. A título de exemplo, lembremos de como Doria, seu afilhado político, aparecia com o modestíssimo 1%  de intenção de voto na eleição para a prefeitura de São Paulo. Ao fim da campanha, papou o cargo ainda no primeiro turno.

Muita água ainda vai rolar até o dia 7 de outubro, data marcada para o primeiro turno das eleições presidenciais. Candidatos vão surgir, outros desaparecer. Alianças serão formadas e o desenho pode se modificar a cada instante, durante a campanha, a cada delação, sentença ou notícia de jornal, tão somente. Mas, observando hoje a pesquisa publicada, Alckmin, Huck e Ciro são os grandes nomes desta eleição. Basta saber como cada um irá aproveitar suas oportunidades.









terça-feira, 14 de novembro de 2017

Corinthians pode bater recorde na liderança do Brasileirão


Próximo de conquistar seu sétimo título do Brasileirão, o Corinthians pode bater o recorde de rodadas na liderança de uma única edição do campeonato nacional na temporada 2017.


Caso se mantenha na primeira colocação até o fim do Brasileirão, a equipe comandada pelo técnico Fábio Carrile vai atingir a marca de 34 rodadas como líder da competição, número nunca alcançado na era dos pontos corridos com 20 equipes.

O Corinthians lidera o Brasileirão desde a quinta rodada e está 11 pontos à frente do segundo colocado, o Grêmio. Com a vantagem, o time paulista garante, pelo menos, 33 partidas consecutivas na primeira posição do campeonato e já supera as campanhas dos maiores rivais, Palmeiras, campeão no ano passado acumulando 28 rodadas na liderança (1ª, 9ª a 16ª e 19ª a 38ª), e São Paulo, que consagrou o título de 2006 ao acumular também 28 rodadas como líder (9ª e 12ª a 38ª).

O time recordista de rodadas na liderança do Brasileirão dos pontos corridos com 20 equipes é o Cruzeiro, campeão de 2014. Os mineiros, orquestrados por Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro, eleito Craque do Campeonato naquele ano, chamaram atenção por disparar na liderança desde a sexta rodada, totalizando 33 confrontos consecutivos na ponta do nacional.


Liderança não garante título

Nem sempre um longo tempo na liderança do campeonato garante a uma equipe levantar o troféu. O caso recente mais emblemático aconteceu no nacional de 2009, quando o Palmeiras deixou o título escapar nas últimas rodadas. Naquela temporada, a equipe comandada por Muricy Ramalho acumulou 17 rodadas à frente do torneio (15ª a 18ª e 21ª a 33ª), mas viu o sonho da conquista do quinto Brasileirão - na época, ainda não existia o reconhecimento das taças Brasil e Roberto Gomes Pedrosa com status de Campeonato Brasileiro - ruir faltando cinco jogos para o fim do campeonato.

O Verdão foi o time que liderou por mais tempo o nacional daquele ano, seguido pelo Atlético Mineiro, que esteve à frente do campeonato por oito rodadas (6ª a 8ª e 10ª a 14ª), entretanto, o Flamengo arrancou nos confrontos finais e assumiu a liderança na penúltima rodada. O time carioca, que ainda não havia figurado na ponta da tabela, sagrou-se campeão permanecendo líder por apenas duas partidas.


Rei dos recordes

Além de ter a chance se tornar a equipe com maior tempo na liderança do mesmo Brasileirão, o Corinthians já possui outra marca histórica na competição de 2017: completou um turno invicto e assegurou 82,5% de aproveitamento. Algo inédito na competição no formato atual, com 20 equipes. ­Foram 14 vitórias e cinco empates nas 19 rodadas iniciais do campeonato. O primeiro revés do Timão aconteceu somente na partida válida pela 21ª rodada – o confronto da rodada 20 havia sido adiado para a semana seguinte.

O Corinthians ainda é o time que mais tempo esteve à frente do Campeonato Brasileiro desde a mudança para o formato de pontos corridos, em 2003. São 121 rodadas na liderança do torneio. O Cruzeiro segue o alvinegro totalizando 108 rodadas como líder.
No quesito campanha, o Timão de 2015, comandado pelo técnico Tite, também detém as melhores marcas. Naquele ano, o Corinthians conquistou 81 pontos e obteve 71,1% de aproveitamento. O clube também teve o maior número de vitórias conquistadas na mesma competição com 20 times em disputa.

O alvinegro também tem a melhor média de público como mandante nesta edição do Brasileirão. São 39.313 torcedores em média por partida neste campeonato, com ocupação média de 82% da capacidade do estádio.

terça-feira, 29 de novembro de 2016

Força, Chapecoense! Força, Brasil!

Força Chapecoense

Esta terça-feira amanheceu mais cinzenta. A chuva torrencial que caia por volta das 4 da manhã aqui na cidade de Cotia poderia figurar as lagrimas que o brasileiro rolou depois que Monalisa Perrone surgiu em rede para anunciar uma enorme tragedia no mundo esportivo. Desde criança, aquela trilha do Plantão Globo, utilizada para anunciar furos de reportagem, causa um temor horrendo. Nesta madrugada, ela surgiu para irromper meu sono e anunciar algo que não quis acreditar.

Na última noite, escrevi sobre a emoção guardada para a 38ª rodada do Brasileirão 2016. Preparava para hoje uma nova publicação para tratar da final da Copa do Brasil, entre Grêmio e Atlético Mineiro, e a inédita final da Copa Sul-Americana para a Chapecoense, que enfrentaria o Atlético Nacional, da Colômbia. Tinha um sentimento especial por esse jogo pelo ambiente e condição na qual ele se desenhou. A verdade é que nada disso mais tem sentido nesse momento. Deveríamos parar por aqui e voltar a pensar em futebol somente no ano que vem.

Até o momento, existe a confirmação de 75 mortos, entre atletas, jornalistas, membros da comissão técnica e diretoria da Chape e da tripulação do voo entre as 81 pessoas que seguiam para Medellin. São pessoas que partiram para protagonizar um momento histórico. As amarguras do destino, entretanto, fizeram com que essa tragédia interrompesse a construção de um sonho. As vítimas desse acidente entram sim para a história, não pela queda do avião, mas pelo que fizeram durante toda sua vida, seja no campo esportivo, jornalistico ou da aviação. É por esses motivos que devem ser lembrados e admirados.

Como jornalista, amante do futebol e interessado por assuntos da aviação, sofro um baque triplo. Tenho certeza que o mundo também sente imensamente pelo acontecido. A cobertura jornalistica do caso ainda tem sido muito dura. Acompanhando o noticiário, vi jornalistas completamente embaraçados ao tratar do caso. Confesso que eu não teria estrutura emocional para segurar essa onda.

De toda forma, resta-nos a consternação por todas as vidas perdidas.

Hoje, todos os clubes do Brasil são um só.#ForçaChape


Última rodada do Brasileirão 2016 reserva emoção em 7 partidas

O Palmeiras sagrou-se campeão do Brasileirão 2016 com uma rodada de antecedência, após vitória sobre a Chapecoense por 1 a 0 no Allianz Parque. Mesmo com o título definido, a última rodada do Campeonato Brasileiro, que será disputada no próximo domingo com todos os jogos ao mesmo tempo, reserva emoção em pelo menos sete partidas. São oito times ainda com interesses em disputa na 38ª rodada da competição.

Rebaixamento


Três times brigam contra o rebaixamento para a Série B na última rodada do Brasileirão 2016

Três times ainda correm risco de serem rebaixados para a Série B do Brasileirão em 2017 junto com América Mineiro, Santa Cruz e Figueirense.

O mais ameaçado é o Internacional de Porto Alegre, com 92% de chances de rebaixamento, segundo o matemático Tristão Garcia, do site Infobola. O clube gaúcho vai enfrentar o Fluminense no Maracanã e precisa obrigatoriamente de uma vitória sobre os cariocas para continuar sonhando com a Série A no ano que vem. Além disso, precisa torcer para um tropeço do Sport Recife ou do Vitória. No caso de um revés dos baianos, o colorado ainda precisa reverter um saldo de cinco gols para se livrar da degola.

Para se manter na elite do futebol, o Sport Recife vai receber o já rebaixado Figueirense em seu estádio, a Ilha do Retiro, na capital pernambucana. Com 44 pontos, dois a mais que o Internacional, a equipe de Pernambuco chega à última rodada com 8% de chances de rebaixamento, de acordo com Garcia. Uma vitória em casa garante a permanência do Sport na primeira divisão do Brasileirão. Em caso de empate ou derrota, a equipe tem que torcer para que os gaúchos não consigam os três pontos no Rio de Janeiro.

O Vitória fechou a 37ª rodada contra o Coritiba nesta segunda feira, abriu três pontos de vantagem sobre o Inter e praticamente assegurou sua vaga na Série A. Um simples empate do Vitória contra o campeão Palmeiras, no estádio do Barradão, é suficiente para os baianos. Mas o risco de rebaixamento existe. Caso perca para os paulistas e Sport e Internacional vençam suas partidas, o rubro-negro terá que fazer contas de saldo de gols.

Libertadores 


Briga pela Libertadores na última rodada do Brasileirão 2016

O Brasileirão 2016 chega à sua última rodada com três times disputando duas vagas no G-6 , que dá acesso à primeira fase, mata-mata, da Libertadores da América do ano que vem. Além de Palmeiras, Flamengo e Santos que garantiram sua classificação na fase de grupos do torneio continental, Atlético Paranaensa, Botafogo e Corinthians entrarão em campo para tentar se juntar ao Atlético Mineiro na chamada pré-Libertadores.

Único time fora da zona de classificação ainda com chances de vaga, o Corinthians vai ao Mineirão enfrentar Cruzeiro, que já não tem mais aspirações no Campeonato. Com 55 pontos e a sétima colocação, a equipe paulista precisa obrigatoriamente de uma vitória para brigar pela vaga do campeonato internacional. Além disso, torce por um tropeço de ao menos um de seus rivais.

Fechando o G-6 na penúltima rodada, o Botafogo viaja até Porto Alegre para enfrentar o Grêmio na arena dos gaúchos. Com um ponto a mais que o Corinthians, o time carioca só depende de si para se garantir na Libertadores de 2017. Uma vitória sobre o tricolor gaúcho, que tem suas atenções voltadas para a final da Copa do Brasil no meio da semana, é suficiente para carimbar o passaporte carioca.

Para lutar pela vaga na Libertadores da América do ano que vem, o Atlético Paranaense conta com o fator casa para enfrentar o Flamengo na última rodada do Brasileirão. Assim como o Botafogo, basta ao rubro-negro do Paraná uma vitória sobre os cariocas para asseguras a ida ao torneio continental. Em caso de derrota, precisa torcer para um tropeço de Corinthians ou Botafogo.


Vice-campeão do Brasileirão 2016



Premiação de vice-campeão do Brasileirão 2016 agita última rodada

Mas a tarefa do Furacão não será tão simples quanto parece. Diferentemente dos alvinegros paulista e carioca, que enfrentam times sem maiores aspirações no campeonato, o Flamengo ainda tem em jogo a segunda colocação no campeonato nacional. Mesmo que para as torcidas o vice-campeonato do Brasileirão não inspire motivos de comemoração, para os cofres dos clubes o segundo lugar faz uma grande diferença financeira. 3,4 milhões de reais, para ser mais específico.


É por essa razão que o Santos busca a vitória contra o já rebaixado América Mineiro na Vila Belmiro. O time paulista está dois pontos atrás do rubro-negro carioca, na terceira colocação. Além da vitória, tem que torcer por uma derrota do Flamengo em Curitiba. A equipe que terminar o campeonato na terceira colocação recebe 7,3 milhões de reais como premiação, enquanto o vice-campeão leva pra casa 10,7 milhões de reais. Um senhor motivo para não relaxar na última rodada do Campeonato Brasileiro de 2016.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Por que você deve votar CONTRA o escola sem ideologia?

O Senado Federal abriu enquete para a população opinar sobre o Projeto de Lei que prevê a restrição da atividade do professor em sala de aula. É uma boa atitude do Senado, no sentido de saber o que os cidadãos acham de suas propostas e é importante que as pessoas participem.

Mas por que você defende o voto contrário à proposta, André?

Sou CONTRA esse PL pois a proposta tem como objetivo evitar a discussão política nas escolas. Ora, como queremos construir uma sociedade mais esclarecida, com poder de pensamento, análise e opinião sobre a atividade dos agentes públicos se uma Lei proíbe essa discussão em uma das bases da formação de um cidadão: a escola.

Vivemos um momento em que a pauta política adentrou às conversas na igreja, no estádio de futebol, na fila do banco, do mercado, do ônibus e do hospital. Nas casas das famílias e onde mais se reúnam pessoas. Por que o Estado deve proibir que a escola seja privada de tal assunto? Será esse o papel dos políticos? Privar o jovem estudante de discutir a política de sua cidade, de seu estado, de seu país nas salas de aula é o caminho para uma sociedade melhor?

A tal escola sem ideologia que pregam é na verdade a promoção da escola de seres não pensantes. É a escola da manutenção do status quo, assim quando da Ditadura Militar, em que era proibido questionar aquilo que era feito e os padrões impostos pelo Estado.

O que queremos? Queremos pessoas que não pensam? Que não questionam a conjuntura política instituida?

Os que defendem está ideia absurda, argumentam que hoje a escola doutrina os jovens para os pensamentos da esquerda. Não passa de uma desculpa ignóbil; ardil.
Cito porquê. A princípio porque, na região que moro, poucos são os jovens que adotam tal posição política. Os que assim são, são em função de sua formação socio-cultural, que vai além da simples instrução escolar.

A verdade é que, daqueles que são a mim próximos, a maioria pouco se interessa pela política. Quando tratam do tema, diz respeito ao que observaram de seus pais e familiares. De seu convívio diário na sociedade e não somente daquilo que puderam ter contato na escola.

De toda forma, o ambiente escolar deve ser um lugar onde se discuta sobre sistemas políticos, programas econômicos, sustentabilidade e políticas públicas eficazes.

 A formação escolar integra a formação do cidadão é o Estado não tem o direito de censurar o aluno e o professor. Aquele que defende este projeto ou desconhece a real intenção dele ou é verdadeiramente mal intencionado.

Acesse o link abaixo e vote contra essa proposta.
https://www12.senado.leg.br/ecidadania/visualizacaomateria?id=125666

sexta-feira, 13 de maio de 2016

O golpe e o porvir

Emcampados pela ideia do moralismo e o fim da corrupção, dezenas de milhares de brasileiros promoveram, desde as últimas eleições, manifestações contra o governo eleito em 2014 de Dilma Rousseff e o PT. No período entre o fim do escrutínio e maio de 2016, foram diversas manifestações questionando o resultado das urnas, pedindo o impedimento da posse, o impedimento do mandato e também a renúncia da Presidente da República. A graça dessas pessoas foi alcançada e temos hoje o senhor Golpista no Poder. Pois bem, quero me dirigir neste artigo, com todo o respeito, especialmente a essas pessoas.

O Brasil vive, desde a promulgação da Constituição Federal um regime Democrático de Direito, sob orientação Presidencialista, conduzido por meio do voto direto. No ano de 1993, com previsão Constitucional, foi realizado um plebiscito no qual a população foi convocada a escolher qual sistema de governo deveria ser adotado no país. Consultou-se o regime, se Republicano ou Monarquista e se seria mantido o Presidencialismo ou instituir-se-ia o sistema Parlamentarista.

Quase 70% do colégio eleitoral à época rechaçou o Parlamentarismo optando pelo voto presidencial direto. Assim, o país escolheu nas urnas, de quatro em quatro anos seu Chefe de Estado e de Governo. A última eleição indireta oficial para o cargo aconteceu a 31 anos, quando o Congresso elegeu o então parlamentar Tancredo Neves como Presidente da República. No ano de 2016 assistimos mais uma vez tal modelo de escrutínio, travestido de processo de Impeachment, pois, sem uma denúncia sólida, o Parlamento Nacional votou conforme conveniência política e tanto o Governo Dilma quanto o seu vice, então adversário naquele momento, recorreram ao toma lá, dá cá eleitoral para conseguir votos a favor de sua corrente.

Tal episódio, é uma amostra do que seria o país caso o sistema Parlamentarista fosse instituído no país. A decisão da escolha do Chefe de Governo e de Estado fica a cargo do Congresso Nacional e ao povo, basta a confiança de que a classe política estará imbuída de brio desejado para que esta escolha seja condizente com o desejo nacional. E como sabemos, a população está inadvertidamente entusiasmada com a atuação do Congresso e seus ocupantes.

Sem fazer uma regressão muito longa, podemos utilizar outro capítulo da nossa política nacional para exemplificar como seria tal situação. Em janeiro de 2015, ainda sob o espólio das eleições do ano anterior e a guerra travada nas urnas e na Justiça, vimos uma Câmara dos Deputados, a representante do povo, eleger Eduardo Cunha à presidência da Casa. Ele, que com o cargo tornou-se terceira pessoa na linha sucessória da Presidência da República, em um exercício de analogia, seria o  Primeiro Ministro do país em um sistema Parlamentarista. Ou seja, o Chefe de Governo e de Estado pois, como não há os cargos de presidente ou vice nesse modelo, o escolhido pelo Congresso é quem possui tais prerrogativas.

Dirijo-me, portanto, especialmente a você que clamou pelo Impeachment da Dilma pois a nova conjuntura política estabelecida, essa que você ajudou a colocar no Poder, vai emcampar, no ano que vem uma nova campanha pela adoção do Parlamentarismo no país. Es está contando com o seu apoio. Não. Não vão fazê-lo hoje, pois o lema agora é "Ordem e Progresso". Este lema positivista do século retrasado. Mas, assim que os ventos econômicos soprarem a leve brisa de esperança para a Nação, eles vão tentar convencê-lo de que esse é o melhor caminho.

O Golpista, que está inelegível pelos próximos oito anos, garantiu ao PSDB que não disputará as próximas eleições mascadas para 2018. Fez isso para obter o apoio para sua eleição indireta realizada neste ano vigente. Ele sinalizou aos tucanos também uma favorável posição à proposta parlamentarista para a nova legislatura. Isso, meus caros, significa que, se aprovada, nem eu, nem você, nem seu pai, filho ou neto vamos escolher o próximo Chefe de Estado do Brasil.

A proposta é o caminho encontrado para os partidos que não possuem garantias populares de ascensão ao comando do país e pretendem assim restringir o destino da Nação exclusivamente aos seus pares políticos, vulneráveis à politicagem engendrada em nosso quadro parlamentar. O brasileiro não pode se deixar levar para mais essa regressão na história que se avizinha no porvir do Golpe. Ainda que o voto de 54 milhões de brasileiros tenha sido jogado no lixo no bimestre de abril e maio de 2016, eu quero votar em 2018. Eu quero votar pra presidente! Espero que vocês também.

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A reprodução deste texto é permitida desde que comunicada ao autor André Henrique de Jesus e com devida citação do mesmo.