Esta terça-feira amanheceu mais cinzenta. A chuva torrencial que caia por volta das 4 da manhã aqui na cidade de Cotia poderia figurar as lagrimas que o brasileiro rolou depois que Monalisa Perrone surgiu em rede para anunciar uma enorme tragedia no mundo esportivo. Desde criança, aquela trilha do Plantão Globo, utilizada para anunciar furos de reportagem, causa um temor horrendo. Nesta madrugada, ela surgiu para irromper meu sono e anunciar algo que não quis acreditar.
Na última noite, escrevi sobre a emoção guardada para a 38ª rodada do Brasileirão 2016. Preparava para hoje uma nova publicação para tratar da final da Copa do Brasil, entre Grêmio e Atlético Mineiro, e a inédita final da Copa Sul-Americana para a Chapecoense, que enfrentaria o Atlético Nacional, da Colômbia. Tinha um sentimento especial por esse jogo pelo ambiente e condição na qual ele se desenhou. A verdade é que nada disso mais tem sentido nesse momento. Deveríamos parar por aqui e voltar a pensar em futebol somente no ano que vem.
Até o momento, existe a confirmação de 75 mortos, entre atletas, jornalistas, membros da comissão técnica e diretoria da Chape e da tripulação do voo entre as 81 pessoas que seguiam para Medellin. São pessoas que partiram para protagonizar um momento histórico. As amarguras do destino, entretanto, fizeram com que essa tragédia interrompesse a construção de um sonho. As vítimas desse acidente entram sim para a história, não pela queda do avião, mas pelo que fizeram durante toda sua vida, seja no campo esportivo, jornalistico ou da aviação. É por esses motivos que devem ser lembrados e admirados.
Como jornalista, amante do futebol e interessado por assuntos da aviação, sofro um baque triplo. Tenho certeza que o mundo também sente imensamente pelo acontecido. A cobertura jornalistica do caso ainda tem sido muito dura. Acompanhando o noticiário, vi jornalistas completamente embaraçados ao tratar do caso. Confesso que eu não teria estrutura emocional para segurar essa onda.
De toda forma, resta-nos a consternação por todas as vidas perdidas.
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