terça-feira, 27 de janeiro de 2015

O que Dilma Rousseff não viu em House Of Cards



Não sei se sou apenas eu, mas vejo a situação do atual governo Dilma Rousseff com tanta semelhança à do presidente Garrett Walker, na segunda temporada de House Of Cards, que chega a ser ridícula, caso seja essa mesma. Será que Dilma não assistiu House Of Cards???

Vamos aos pontos:
  • Medidas anti-trabalhistas
    Em House Of Cards, o governo aprovou a reforma previdenciária que elevava a idade para se aposentar, luta de anos pelos conservadores do partido Republicano, aprovada a partir de um grande lobby do vice-presidente, Frank Underwood, mesmo com rejeição prévia de seu partido, Democrata (progressista). No Brasil, vimos, à sombra dos fogos de réveillon, uma série de mudanças nos direitos trabalhistas, reduzindo-os ou limitando-os. (Aqui, ainda incluo a indicação da equipe econômica com fins de agradar o mercado financeiro, alinhando-se à proposta da oposição de austeridade e aumento de impostos)
  • Fim de antiga aliança
    Na série do Netflix, o presidente Garrett Walker rompe sua aliança com o antigo conselheiro, seu amigo Raymond Tusk, por influência e manobras do vice-presidente Frank Underwood. Em Brasília, segundo a ex-Ministra Marta Suplicy, Lula, grande conselheiro e padrinho de Dilma, não a influencia mais e tem pouco contato com a atual presidenta.
  • Crise de abastecimento
    Em House Of Cards, o governo norte-americano tem de enfrentar uma grande crise de abastecimento de combustíveis para o setor de energia elétrica, causando, inclusive, um apagão no país em um dos episódios. Por aqui, não preciso citar a crise na Sabesp, Petrobrás e Eletrobrás.
  • Influência sobre a Câmara
     Nos episódios da série norte-americana, o vice-presidente, Frank Underwood têm grande influência sobre a Câmara, sendo o principal articulador de bases e responsável por travar ou destravar a votação (nesse caso, age sempre a partir de seu interesse particular). Já nos bastidores da capital brasileira, Michel Temer, que já foi presidente da Câmara dos Deputados, mantém ainda muita influência no Congresso Nacional. Seu partido, PMDB é um dos maiores em representação parlamentar e detém a presidência das duas casas legislativas.
A segunda temporada da ficção do Netflix, House Of Cards, têm como mote principal a escalada do vice-presidente dos Estados Unidos, Frank Underwood, rumo ao posto mais alto do país, a presidência dos E.U.A., culminando com processo de impeachment no Congresso e a renúncia do presidente Garrett Walker no último episódio, levando Underwood ao posto. Pelo andar da carruagem, com a restrição de direitos trabalhistas, plano de austeridade econômica com aumento dos juros e impostos, perda de capital político, escândalo da Petrobrás e crise de abastecimento, estaria o governo Dilma Rousseff caminhando para o segundo impeachment em menos de 30 anos de redemocratização do país?

Fica a reflexão.

Um comentário:

  1. Acabo de reprisar o capítulo em que Frank Underwood faz o discurso sobre a reforma da providência ao assistir o discurso de Temer sobre medidas impopulares.
    Não amigo, não é apenas você que está vivendo um seriado de TV. Lamentável é que poucos estejam visualizado isso.

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