quarta-feira, 19 de março de 2014

Nosso tempo

Autor desconhecido


Se tem algo que me intriga é o tempo. Ou a passagem dele. Será mesmo que o tempo pode ser calculado em dias, horas, minutos. Isso é mesmo válido? O tempo é o mesmo para cada um de nós?

A passagem do tempo nada mais é do que as experiências que vivemos. Elas irão dizer quanto tempo temos, quanto já passamos. Se a vida é baseada em uma rotina única, diária e repetitiva, pode-se de dizer que esse indivíduo passou apenas um tempo. Uma única experiência que se repete dia após dia. Diferentemente, quando nos arriscamos a experimentar novas atividades e ampliar nossas experiências, o tempo vivido é imensamente maior. São muitos tempos dentro de um período.

A segurança da rotina nos impede de conhecer o novo. Impede o crescimento do ser humano, mantendo-o encarcerado dentro de si; dentro de sua realidade, enquanto há diversas outras realidades espalhadas logo ao lado. Permitir-se ao risco do novo significa ter a chance de enriquecer não apenas financeiramente, mas culturalmente, socialmente, espiritualmente e, principalmente, enriquecer o tempo. Existe uma frase que, até onde eu sei, é creditada a William Shakespeare e diz que "nossas dúvidas são tão traidoras e nos fazem perder o que, com frequência, poderíamos ganhar, por simples medo de arriscar". Não sei você, caro leitor deste blog sem audiência, mas, para mim, está ai a síntese de nossas decisões.

Seguindo a linha do último post, deixo um poema que trata desse assunto. Esse poema, na verdade, é o que mais gosto entre todos que já li. Espero que gostem. Até a próxima.
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Remorso

Às vezes, uma dor me desespera...
Nestas ânsias e dúvidas em que ando.
Cismo e padeço, neste outono, quando
Calculo o que perdi na primavera.
Versos e amores sufoquei calando,
Sem os gozar numa explosão sincera...
Ah! Mais cem vidas! com que ardor quisera
Mais viver, mais penar e amar cantando!
Sinto o que desperdicei na juventude;
Choro, neste começo de velhice,
Mártir da hipocrisia ou da virtude,
Os beijos que não tive por tolice,
Por timidez o que sofrer não pude,
E por pudor os versos que não disse!

 Olavo Bilac

terça-feira, 18 de março de 2014

Riscos

Hoje resolvi publicar um poema que escrevi há pouco tempo. Não defini ainda seu título, mas arrisco chamá-lo de Riscos.

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Riscos

O dia passa e não vemos
Contra o relógio, tudo fazemos
Não há tempo para o que queremos
Na rotina da vida, prazeres perdemos

Privamo-nos de aventuras
Por parecer pessoas maduras
Presos nessa amargura
Sair da rotina parece loucura

Cantamos e dançamos contentes
Ora, esse é o nosso presente!
Quem pode vivê-lo, se não a gente?
As vezes sábio, mas também inconsequente

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E ai? Gostou? Se sim, compartilha. Abraços e até mais.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Mais que cidadão, um agente social e seu papel

É 2014, ano de eleições no país. Ano da Copa do Mundo de futebol e, haja vista as mobilizações de 2013, ano de protestos e reivindicações populares. Mas, qual o papel  de cada um, nisso tudo o que está acontecendo? A resposta: depende de quem você é!

Depende de quem você é porque a maneira que você age cotidianamente determina quem você é perante a sociedade. Mais do que isso. Seu status social é determinante para definir quem você é. Para complicar mais um pouco, ouso dizer que você pode ser mais do que uma coisa e ter mais de um papel nas diversas atividades, políticas ou não, do cotidiano. Aliás, isso é o mais comum.

A princípio, é preciso dizer que todo cidadão é um agente social, seja na escola, na faculdade, no condomínio, na igreja, no boteco, ou na fila da padaria. O ser cidadão não diz respeito apenas a exercer o direito ao voto em um escrutínio de qualquer natureza.  O cidadão é cidadão porque vive em uma cidade, o que podemos entender também por viver em comunidade com outros, aquilo que chamamos de sociedade. Logo, aquele que vive na sociedade é um agente social, pois relaciona-se com seus pares dessa sociedade.

Se todos somos agentes sociais, então meu papel na sociedade é o mesmo de qualquer outro? Não. Há uma coisa chamada posição social, ou status social, que é o mesmo que um rótulo que você recebe por ser aquilo que você é. Por exemplo, dentro de uma casa, os pais possuem uma posição social de maior relevância que as crianças, portanto, aquilo que eles fazem ou dizem possui maior relevância que o mesmo feito pelos menores. Assim como dentro de uma casa, na cidade, os diversos agentes sociais possuem seus status.

Mas o que isso interfere nos eventos citados acima? Respondo com a frase que mais me marcou durante o curso de Ciência Política do professor doutor Clóvis de Barros Filho, da USP, que assisti pelo portal Veduca: "A posição social do interlocutor garante a legitimidade do seu discurso."

E o que isso quer dizer? Isso significa que eu não posso dizer que a engenharia do Empire State, em Nova Iorque, foi mal feita e que, portanto, em três meses esse prédio irá desabar. Na verdade, dizer eu até posso, mas como eu não sou um especialista em engenharia, minha posição social não me garante legitimidade para esse tipo de discurso, ou seja, ninguém vai dar credito ao que eu disser sobre o assunto. Agora, caso um especialista em Engenharia Civil determinar tal condição, teremos mais um colapso na Big Apple, pois seu discurso será levado em conta. A posição social de um engenheiro garante a ele legitimidade de discursar sobre uma falha em determinado projeto de engenharia. Eu como não sei nada de engenharia, seria tachado como louco. Simples assim.

Nesse sentido, ao dizer que seu papel nos eventos que acontecerão no país em 2014 depende de quem você é, quero dizer que a sua posição social irá determinar a relevância de suas ações sociais. Mas, como disse, o mais comum é que tenhamos mais de uma posição social. Isso, porque relacionamo-nos com mais de um grupo social, e em cada um deles temos uma posição. Na escola, você é aluno, e sua posição social é assim determinada. Na roda de amigos sua posição social é outra, no ambiente de trabalho; outra. E assim por diante. Em cada uma você exerce determinado tipo de influência e é influenciado de diversas maneiras.

Mas porque resolvi escrever sobre isso, neste momento? Exatamente em função da razão pela qual voltei a escrever neste blog: a oportunidade de ter meu trabalho apreciado por uma maior audiência. Como disse no último post, voltar a escrever neste blog significa tentar de novo, significa ampliar os horizontes e as oportunidades de novas experiências. Dessa forma, atingirei, também, uma nova posição social. Pelo menos entre meus leitores.

Até mais.

O Retorno

Decidi reativar este blog. Sim, reativá-lo em todos os sentidos. O design original voltou (ou quase todo), e a proposta também. Vou utilizar este espaço para falar daquilo que mais me interessa, ou seja, quase todos os assuntos cotidianos. Em especial: política, esportes, arte, cultura, literatura, internet, comunicação e lazer.

Decidi reativá-lo pois a experiência da vida nos mostra que, as vezes, é necessário dar um passo para trás e, assim,  poder ampliar nossa visão do futuro, nossos horizontes. Nesse sentido, voltar a escrever neste blog é, para mim, uma nova oportunidade. Todos nós estamos sujeitos a tomar decisões equivocadas e eu, humano que sou, não estou fora desse rol. Pelo contrário, arrisco muito, e erro em grande medida. Não me arrependo, pois sei que todas as minhas experiências resultam em aprendizado, e esse é o maior valor de tudo o que fazemos. Portanto, continuo aprendendo.

É isso, por enquanto. Continuem acompanhando as novas postagens. Se gostarem do que encontraram aqui, divulgue aos seus amigos e em páginas das redes sociais. Aproveitem para comentar e contribuir para o enriquecimento cultural de todos nós.